Santé! Carnaval é festa antiga, sagrada e profana, de origem ancestral e polêmica.
Iniciou-se como um festejo popular proveniente de ritos e costumes pagãos e suas características eram a liberdade de expressão, a mistura de classes e o movimento.
Dados históricos dizem que o Carnaval começou no antigo Egito, em comemoração à festa de Osíris, seu deus do vinho. Nesta, o deus era homenageado pelo recuo das águas do Nilo e pela fertilidade da terra na primavera.
Festas semelhantes aconteceram na Grécia, onde se reverenciava o deus do vinho Dionísio, e depois em Roma, o deus Baco, também era festejado iniciando-se os bacanais.
A origem da palavra "carnaval" pode ter vindo tanto do latim carnem leváre (abstenção de carne) quanto do milanês carnelevale (carne, adeus), evoluindo gradativamente em passagem por vários dialetos e fixando-se no italiano carnevale. Era uma festa mundana. O povo se fantasiava, bebia muito vinho, embriagava-se, e não havia limites. Imaginem a loucura! A sociedade elitista e preconceituosa não a aceitava. Entretanto com o tempo o carnaval foi evoluindo e passou até a ser considerado pela igreja Católica, em 590 d. C. incluindo a comemoração na véspera da quarta-feira de cinzas e ao jejum de carne na Quaresma.
A mitologia diz que Dionísio, filho de Zeus e Sêmele, era cultuado como deus do vinho, das festas e do êxtase. Dionísio teria ensinado o povo a cultivar as uvas e produzir o vinho. Na Grécia, acreditava-se que Dionísio morria à cada colheita, ou seja, pisando-se as uvas, sacrificava-se o deus. O suco era guardado até o fim do inverno, quando, então o deus Dionísio, renascia em forma de vinho. Morte e ressurreição significavam renascimento da natureza e fertilidade da terra, e o fato devia ser comemorado. E o povo extasiava-se com uma alegria inebriante.
Também há outra versão, em que a palavra pode derivar da expressão latina carrus navalis (carro naval), em referência à carreta em forma de navio usada em festas populares na Roma antiga.
Enfim, o carnaval hoje é festejado em vários países, como França, Itália, Portugal, Espanha, Suiça, Alemanha, Eslovênia, Austrália, Japão, Canadá, República Dominicana, Colômbia, Equador, Estados Unidos e claro Brasil, indubitavelmente o melhor carnaval do mundo. Nossa folia une gente de todas as classes sociais, irreverência, brincadeiras, criatividade, sensualidade e muito samba.
Em vista da pandemia de covid-19, a tradicional festa de carnaval está suspensa, vamos torcer para que no próximo ano a folia seja plena. No momento podemos apreciar um bom vinho em família ou com os amigos. Para esses dias quentes o ideal são os rótulos leves e refrescantes para beber na praia, na piscina, no campo ou no sofá assistindo aquela série da hora.
Degustei um branco e um rosé do produtor argentino Luigi Bosca, da linha já conhecida, La Linda. Os dois vinhos são muito intensos em frescor e total essência da fruta. Provei e aprovei ainda, o francês Claude Val Blanc, do Domaine Paul Mas. Este traz na sua composição um assemblage de uvas cultivadas em Pézenas, no Languedoc Roussillon, sul da França. Um vinho sem muita complexidade, mas saboroso, bastante frutado, diferentão.
O vinho nos anima, dá alegria, liberdade, mas também nos embriaga. Parcimônia e água, muita água, é a saída. Para cada taça de vinho beba duas de água.
Até a próxima taça!
@claudiaenoamigos
PROVEI E INDICO
Luigi Bosca La Linda Chardonnay Unoaked 2021, Mendoza, AR
Uva: Chardonnay (vinhas com + de 30 anos)
Cor: amarelo claro e brilhante (13,4ºGL)
Nariz: frutas brancas frescas, pera, maçã, abacaxi, mel, toque floral
Boca: seco, vivaz, acidez ótima, corpo médio, persistente e saboroso
Harmonização: ostras gratinadas, frutos do mar, saladas com folhas nobres, queijos
R$82,00
PROVEI E INDICO
Domaine Paul Mas Claude Val Blanc 2020, Languedoc, FR
Uva: 35% Grenache Blanc, 25% Vermentino, 15% Chasan, 10% Mauzac, 10% Sauvignon Blanc, 5% Chenin Blanc (3 meses em Inox, sur lie)
Cor: amarelo limão reflexos verdeais (12,5ºGL)
Nariz: limão siciliano toque de maçã, maracujá e abacaxi, flor de acácia
Boca: seco, boa acidez, frutado, corpo médio, encantador
Harmonização: aperitivos, cozinha asiática com curry, peixes e frutos do mar
R$ 76,50
PROVEI E INDICO
Luigi Bosca La Linda Rosé 2021, Mendoza, AR
Uva: Malbec (vinhas c + de 30 anos)
Cor: rosa claro e brilhante (12,3ºGL)
Nariz: morango e ameixa
Boca: seco, vibrante, corpo médio, boa acidez, muito agradável
Harmonização: aperitivos, sushis, peixes e crustáceos, carnes brancas e massas
R$ 82,00
Todos os vinhos na Enoteca Decanter Santos tel. 13 21047555