Santé! O Movimento dos Vinhateiros Independentes do Chile, MOVI, é uma associação de pequenos produtores que se dedicam a fazer vinho em escala humana, diferentemente das grandes vinícolas. Os proprietários junto a seus poucos funcionários, se encarregam de todo o processo de elaboração. Tudo, literalmente, sob o olhar do dono, desde o vinhedo, passando pela vinificação, o marketing, até vendas e exportação. Vinhos sob uma perspectiva mais moderna, porém num estilo mais artesanal, comprometidos com a alta qualidade e tiragem limitada.
Considerado o lado B do vinho chileno, o Movi foi fundado em 2009 e reúne 39 produtores independentes e apaixonados pela arte de fazer vinhos do Atacama à Patagonia. Para mais informações, acesse: www.movi.cl ou @ movichile
E, recentemente, o Movi promoveu degustação virtual em comemoração aos 10 anos do movimento no Brasil e por isso debutou nas redes sociais por aqui. É a primeira rede fora do Chile, agora você acessa @movichile_br.
A coordenação da prova ficou a cargo da Fernanda Fonseca, @pandoraexperienciasdevinhos, onde eu e enoamigos profissionais, pudemos degustar vinhos de uma diversidade de uvas que fogem do estereótipo chileno, como os potentes e alcoólicos Cabernets e os Carménères. Evidentemente que estes tradicionais chilenos agradam a todos, mas, sim, o Chile compreende uma diversidade infinita, vai além. Um grande diferencial do Movi é que a maioria dos produtores optam por uma fermentação espontânea, com as leveduras nativas das próprias variedades, não recorrendo às leveduras selecionadas, o que dá maior expressão e personalidade ao vinho.
A prova dos vinhos foi em duplas, para que pudéssemos observar a diferença de terroir, castas e técnicas de produção de cada rótulo, ideia genial!
No meu instagram @claudiaenoamigos você fica por dentro dessa degustação no destaque dos stories MOVI Chile Br.
Acompanhe a seguir minhas considerações e até a próxima taça!
PROVEI E INDICO
Vultur Toromiro Semillón 2018 – Colchagua Valley
Callma Vinum Lunae Chardonnay 2018 – Valle de Casablanca
1ª dupla: Vultur Wines Toromiro Semillón é um grande branco no qual a clássica uva de Semillón, de Bordeaux, tem uma reinterpretação chilena no Vale Colchagua. 13º GL, é frutado, floral com notas de mel, mostra volume, cremosidade e nobreza com estrutura finíssima e personal. Já o Callma Chardonnay 12,4º GL, é bastante frutado, floral e sutil, com larga frescura e acidez e leve mineralidade. (ambos sem importador no Brasil)
Erasmo Rosé Mourvèdre 2019 – Valle del Maule
Attilio Mochi Amber Experiment 2018 – Valle de Casablanca
2ª dupla: Erasmo Rosé advém de uma região quente, onde a Mourvèdre resultou num rosé, como os da Provence, 13º GL, é delicado, com muita fruta vermelha, ótima acidez e equilibrado. (R$120,00 Novo Chile Importadora). Já o Amber é um branco vinificado como tinto, ou seja, um vinho laranja, muito imponente, faz o meu gosto. Um blend de Sauvignon Blanc, Roussanne e Viognier fermentado com as cascas das uvas, por mais de 40 dias, em barricas carvalho europeu e aço inox, 13,6º GL. O casal de brasileiros Marcos Attilio e Angela Mochi são os donos e criadores desse que é considerado pela crítica “el mejor vino naranjo de Chile”, sensacional! (R$280,00 na Edega Import.)
Trabun Solist Cot (malbec) 2018 – Cachapoal Andes
Laura Hartwig La Luca Malbec 2019 – Colchagua Valley
3ª dupla: La Luca é um Malbec com estágio em ovos e concreto e 13º GL, é leve e frutado, taninos suaves, para beber mais refrescado, tudo a ver com nosso clima. (R$104,00 Novo Chile Importadora). Trabun já é um Malbec que dá para guardar por 10 anos, 14,5º GL, emblemático, aromático, encorpado e poderoso. (R$149,00 na La Charbonnade)
Flaherty Tempranillo 2018 – Cauquenes, Vale de Maule
Gillmore Aglianico del Maule 2018 – Loncomilla, Vale de Maule
4ª dupla: Flaherty Tempranillo advém de solos argilosos profundos, muita expressão da uva nos aromas de frutas negras, café, alcaçuz, especiarias e retrogosto de caramelo, 14º GL, bom corpo, taninos nobres. Estagiou por 14 meses em barricas americanas usadas, pode ser guardado por 12 anos. (na Growin9.com.br). E a variedade antiga romana, Aglianico da Gillmore, 18 meses em barricas, resultou num vinho com aromas de frutos vermelhos e negros, chocolate, cassis e café, 14º GL, ótima acidez, encorpado, taninos firmes, e grande caráter. (sem Importador)