Santé! O ano de 2019 se despede e eis que derepente estamos às voltas com o Réveillon. Num piscar de olhos 2020 ensaia sua chegada. Realizações, esperança de um ano próspero, recomeços, renovações etc. São infindáveis os prenúncios de vida nova, motivo para celebrar e brindar com o mais famoso dos vinhos: o champanhe.
O champanhe (champagne é palavra francesa do gênero masculino) é o vinho mais lembrado nessas comemorações. Nada mais glamouroso do que brindar com um autêntico champanhe.
Descoberto no século 17 por Don Perignon, o champanhe é um vinho único, isso porque é produzido apenas e tão somente na região francesa denominada Champagne, que é uma Apelação de Origem Controlada (AOC).
Todos os outros vinhos semelhantes, produzidos com as mesmas uvas e mesma técnica de vinificação: o método Champenoise que explicamos abaixo. Quando concebidos fora dessa apelação francesa não podem receber a denominação de Champagne, por lei. São os conhecidos vinhos espumantes. Na França, fora da AOC de Champagne há também o Crémant (vin mousseaux); na Espanha, o Cava; na Alemanha, o Sekt; na Itália, o famoso Franciacorta, o Prosecco e o Asti; no Novo Mundo (Américas, África do Sul e Oceania) os sparklings ou o espumante propriamente dito.
O método Champenoise conhecido também como Clássico, é complexo, uma vez que o líquido passa por duas fermentações distintas. Após a fermentação alcoólica, comum a todos os vinhos tranquilos (sem borbulhas), ocorrerá uma segunda fermentação e o gás será obtido com o líquido já engarrafado. Deve ser elaborado com as uvas autorizadas da AOC Champagne, que são: a branca Chardonnay e as tintas Pinot Noir e Pinot Meunier.
Espumantes em geral são elaborados pelo método Charmat, que consiste na obtenção das borbulhas em grandes cubas fechadas de aço, chamadas autoclaves, que são uma opção mais barata e de maior produção.
O champanhe e os vinhos espumantes contêm grande quantidade de dióxido de carbono ou gás carbônico, e possuem alta acidez, combinando perfeitamente com entradinhas, queijos, comidas orientais e agridoces, peixes, frutos do mar, assados de carnes e aves com alto teor de gordura. Suas borbulhas ou perlage fazem o contra ponto com o sal, a untuosidade e a intensidade da comida.
O exemplo mais conhecido é o caviar e o salmão defumado, ambos são imbatíveis com champanhe Brut ou Nature. Aliás, uma dica importante é a leitura do rótulo, pois nele está grafado o graude doçura do vinho.
Os Brut Zero, Pas Dosé ou Nature contêm zero açúcar, logo são totalmente secos, já os Bruts e Extra Bruts podem conter até 6g/l de açúcar e não são tão secos quanto os anteriores. Há também os Extra Dry que podem ter de 12 a 20g/l de açúcar, os Demi-Sec de 33 a 50g/le ainda os Doux (doces), os Astise os Moscatéis que contêm mais de 50g/l ou seja, são super doces, e, acompanham muito bem as sobremesas e, às vezes, algumas entradinhas. Assim você pode agradar com uma perfeita harmonia entre o prato e a bebida.
E não esqueça de preparar um balde de gelo com água e um pouquinho de álcool para manter seu vinho na temperatura correta, entre 5 e 8?C.
Servir numa taça flûte ou naquela bojudinha tradicional para espumantes, preferencialmente que seja transparente de cristal ou vidro.
Sou eclética e enfatizo os espumantes brasileiros, que há muito tempo estão entre os meus preferidos e, não à toa conquistando premiações internacionais. E, muito importante: apresentam ótimo custo prazer, ou seja, cabem no nosso bolso.
Nada melhor do que brindar no Réveillon com seu champanhe ou espumante preferido!
Bonne année! Feliz Ano Novo e até a próxima taça!
MOMENTODIVINO@ATRIBUNA.COM.BR