Santé! A Revolução dos Brancos Argentinos e o Mapa da Malbec foram o ponto alto do Argentina Tasting Experience 2019, em São Paulo. Cinco dos maiores enólogos do país brindaram centenas de profissionais e especialistas com seus conhecimentos: Alejandro Vigil da El Enemigo/Catena Zapata, Edy Del Pópolo da Susana Balbo Wines, David Bonomi da Bodega Norton, Sebastian Zuccardi da Zuccardi Valle de Uco e Alejandro Sejanovich da Manos Negras/Tinto Negro.
No ranking mundial o Brasil é o quarto destino de exportação de vino argentino liderado pelos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, e continua sendo o principal destino de exportação da América Latina.
Alejandro Vigil iniciou o tema ‘A Revolução dos Brancos Argentinos’, contando que a partir de 1980 muitos vinhedos antigos de Malbec foram substituídos por uvas brancas. Torrontés, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Chenin, Viognier, Semillón, Riesling e outras, exatamente nessa ordem de produtividade, demonstram a diversidade das uvas que compõem os brancos atuais. Vinhos corretos, refrescantes, aromáticos, personalizados e complexos. Destaco a uva Torrontés (cruzamento da Moscatel de Alexandria com a nativa Criolla Chica, a mesma País no Chile e Mission na Califórnia), a branca mais cultivada e emblemática na Argentina, confundida muitas vezes com a alsaciana Gewürztraminer. Ambas aromáticas e saborosas. No nariz parece um vinho de características doces, com flores e frutas brancas maduras, mas é seco e refrescante, no paladar. Hoje os produtores ousam na vinificação, fazendo cortes, concluindo vinhos mais autênticos, mais elegantes e por vezes até com estágio em madeira.
Chardonnay é a segunda branca mais cultivada e produz os brancos platinos mais concorridos. Atualmente os enólogos estão focando a vinificação em ovos e tanques de concreto ou inox e menos passagem em madeira, mas é inegável que são líderes em Chardonnays encorpados e potentes.
A masterclass ‘O Mapa da Malbec’ manteve o padrão elevado desses vinhos que conquistam a todos, mundialmente. A Argentina já superou, há tempos, a França, de onde a Malbec (denominada Côt ou Auxerrois Noir) é nativa. Trazida em 1852 pelo agrônomo francês Michel Aimé Pouget, a tinta símbolo, tem 88% de seus vinhedos em Mendoza, região mais favorável ao seu cultivo. Vinhos com excelente equilíbrio entre concentração, maciez e tanicidade. Vinhos com alta acidez, persistência e elegância.
O evento tem apoio da Wines of Argentina (@winesofarg) responsável pela divulgação do vino argentino no mundo. Agradeço imensamente o convite.
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Até a próxima taça!
PROVEI E INDICO
Amalaya Torrontés Riesling 2018, Salta, AR
Uva: 85%Torrontés e 15%Riesling (biodinâmico)
Cor: amarelo claro brilhante 13° GL
Nariz: lichia, cítricos, toque floral e herbáceo
Boca: seco, fresco, corpo médio, persistente
(Decanter)
Catena Zapata Adrianna Chardonnay White Stones 2016, Mendoza, AR
Uva: Chardonnay 13°GL (12 a 16 m carv. francês)
Cor: amarelo brilhante
Nariz: floral e mineral, frutas maduras, complexo
Boca: seco, acidez intensa, corpo médio, saboroso, poderoso e longo
(Mistral)
Tinto Negro 1955 Vineyards La Consulta 2016, Uco, Mendoza, AR
Uva: Malbec (14 m carv. francês)
Cor: rubi intenso e brilhante 14°GL
Nariz: frutas vermelhas maduras, especiarias, complexo (decantar)
Boca: seco, equilibra acidez, corpo e taninos, mineral e suculento
(Bodegas Wine)
Susana Balbo Ben Marco Sin Limites Gualtallary 2017, Uco, Mendoza, AR
Uva: Malbec 14°GL
Cor: rubi intenso (12 m carv. francês 1° e 3° uso)
Nariz: frutas negras, especiarias, mineral, terroso, complexo (decantar)
Boca: seco, encorpado, estruturado, taninos finos, longo
(Cantu)