Santé! O mês de novembro é reservado para dar vivas aos vinhos de Beaujolais. Uma jogada de marketing iniciada no século passado, na cidade de Lyon, deu novo status ou maior popularidade aos vinhos elaborados a partir da uva Gamay.
Beaujolais fica ao sul da Borgonha e suas magníficas paisagens se estendem por 15.600 hectares. Clima continental temperado, remete a invernos rigorosos, primaveras úmidas, verões quentes e outonos suaves, a propósito, ambiente perfeito para a uva tinta Gamay e ainda, em pequena escala, as brancas Chardonnay e Aligoté.
Já dediquei algumas pautas, aqui no Momento DiVino, explorando o tema.
Impreterivelmente, a terceira quinta-feira do mês de novembro é reservada para o lançamento mundial do Beaujolais Nouveau (elaborado com as uvas da última colheita, ideais para um vinho ligeiro, sabor tutti-frutti, com baixo teor alcoólico e para beber logo). Entretanto, a região de Beaujolais compreende muito mais complexidade, uma vez que dentre as suas doze Apelações ou Denominações de Origem Controlada, estão dez Crus, que originam vinhos com potencial de guarda entre 7 a 10 anos. São os chamados Crus de Beaujolais, capazes de demonstrar sabores muito mais densos e dramáticos do que os básicos.
As Denominações de Origem Controlada dos Beaujolais Beaujolais – brancos, rosés e tintos básicos, provenientes de vinhedos simples, de solos férteise terras planas; Beaujolais Villages – brancos, rosés e tintos de qualidade superior aos básicos, oriundos de 39 comunas da parte mediana das encostas, com solo pobre e arenoso; Crus de Beaujolais (10) – tintos complexos de vinhedos cultivados em colinas íngremes de solos graníticos, xistosos, arenosos e por vezes vulcânicos, captando o melhor da uva Gamay. Compreendem: Brouilly, Chénas, Chiroubles, Côte de Brouilly, Fleurie, Juliénas, Morgon, Moulin-à-Vent, Régniee Saint-Amour.
A maceração carbônica, é o método adotado na vinificação.
Nela a fermentação ocorre no interiorda própria uva, intracelular.
Os cachos das uvas são colocados inteiros em uma cuba fechada, isenta de oxigênio, resultando vinhos leves, frutados e pouco tânicos. Geralmente os vinhos mais complexos e de guarda como os Crus mesclam a vinificação tradicional com esta.
EM SANTOS
Para comemorara data, a AdegaPetit Verdot, recebeu produtores do Club Crus Beaujolais, e eu tive o privilégio de degustar Crus de Beaujolais, inéditos no Brasil. Foi uma ação enriquecedora, reunindo dezenas de enoamigos no quintal do Zé, para um almoço harmonizado.
Até um espumante da uva Gamay (Domaine Chanrion Effervescence Brut) borbulhou nas taças acompanhando bruschettas de cogumelos e ervas, hummm!
Chamo a atenção para os rótulos dos Crus, pois na etiqueta vem estampada a Denominação de Origem Controlada, sem menção a Beaujolais, portanto é necessário conhecer todas, para saber o que está bebendo.
Até a próxima taça!
MOMENTODIVINO@ATRIBUNA.COM.BR
PROVEI E INDICO
Crus de Beaujolais degustados na Petit – vinhos personalíssimos e aromáticos, intensamente frutados, com toques mineral e floral. Taninos finos, vinho de certa doçura e delicadeza.
Domaine de Nervers – Brouilly 2016
Domaine des Vieilles Caves – Saint - Amour 2014
Domaine Baron de l’Écluse – Côte de Brouilly 2015
Domaine du Granit – Fleurie 2015
Domaine du Clos des Grands – Fleurie 2015
Domaine de la Fond Moiroux – Moulin-À-Vent 2015
Domaine Ruet – Brouilly 2016 Adega Petit Verdot representa 1 dos 6 Bistrôs de Beaujolais no Brasil