Santé! Estamos em pleno verão, sol a pino, praias, piscinas, rios e até lagos são o cenário do momento para os que estão de férias, e também para os que podem curtir os finais de semana. E nada mais agradável do que estar com a família ou os amigos desfrutando um refrescante vinho branco, companheiro ideal para usufruir os prazeres desse nosso país tropical.
Os vinhos brancos mais conhecidos são os da uva Chardonnay, rainha das uvas brancas, cultivada em todo o mundo vinícola. A Chardonnay é originária da Borgonha, na França, onde é emblemática, e tem idêntica importância ainda nas regiões de Champagne, Alsácia e Languedoc-Roussillon. Uva adaptável e versátil, resulta em vinhos bastante expressivos e encorpados quando tem passagem em barricas de carvalho, resultando exuberância e potência com aromas amanteigados, frutas cítricas em compota como o abacaxi, mel, balas toffee ou butterscotch (caramelo feito com açúcar queimado e manteiga), baunilha e especiarias. Esta uva, quando colhida com pouco tempo de amadurecimento na parreira, propicia um vinho mais fresco e leve com aromas de frutas cítricas como maçã verde, pera e limão, em contrapartida, colhida madura evidencia mais corpo e seus aromas remetem a abacaxi e manga. E mais, no que se refere ao terroir, da Chardonnay lavrada em local frio e ameno obtém-se um vinho leve, refrescante e mineral (dependendo do tipo de solo), enquanto que a de local de altas temperaturas, clima quente, resultará um vinho mais denso e mais encorpado.
Os Chardonnays mais famosos são o Chablis, o Mersault, o Montrachet e o Pouilly-Fuissé, na Borgonha. Na região de Champagne é a uva varietal para elaboração dos Blanc de Blancs e ainda compõe a mistura nos blends junto com as cepas Pinot Menier e Pinot Noir. Evidentemente há grandes Chardonnays espalhados por todos os demais países produtores no Velho e no Novo Mundo.
Outra casta branca bastante conhecida é a Sauvignon Blanc cuja característica é sua acidez notável e aromaticidade. Invariavelmente frutas cítricas como maracujá, limão, pêssego, maçã verde, herbáceos como grama molhada, aspargos e até, não se espante, xixi de gato ou lã molhada são seus perfumes indefectíveis. De origem francesa produz o afamado rótulo Sancerre e o Pouilly-Fumé no Vale do Loire. Em Bordeaux, a Sauvignon Blanc misturada à Sémillon, era, hoje nem tanto, ícone bordalês branco seco, onde também se produz o doce Sauternes. A uva tem destaque na Nova Zelândia e África do Sul, e nos demais países do Novo Mundo. Usualmente sua vinificação se dá em cubas de aço inox e resulta um vinho super refrescante, leve e convidativo às entradas e pratos leves. Sua alta acidez suporta pratos gordurosos. Excepcionalmente passa em barricas, originando um vinho mais austero e elegante. Eu particularmente gosto muito!
A Riesling, advinda da Alemanha, tem muitos adeptos, não à toa! É uva nobre que produz vinhos de acidez marcante e alta longevidade. Sua característica aromática é o mineral remetendo ao petróleo e pedra de isqueiro. Secos ou doces, são intensamente perfumados e saborosos. Há quem a considere a melhor e mais apaixonante de todas as uvas brancas.
A Gewürztraminer que parece ter origem no Tirol italiano em Trentino-Alto Ádige, região que pertencia à Áustria, é uma das uvas que mais evidencia a aromaticidade, uma vez que flores como rosas brancas e frutas como a lichia perfazem seus odores. De pele rosada, a cepa resulta num vinho pungente, com boa acidez, corpo médio para encorpado, sabor exótico e doçura evidentes, impreterivelmente. Seco, meio seco ou doce, é um vinho diferente e inédito. É bastante cultivada na Alsácia, Alemanha e Itália.
Caro leitor, caso se interesse por novas experiências vínicas, prove rótulos brancos de uvas diferentes como: Airén, Alvarinho, Arinto, Arnéis, Bical, Catarrato, Chasselas, Chenin Blanc, Cortese, Encruzado, Falanghina, Fernão Pires, Fiano, Garganega, Gouveio, Grenache Blanc, Gros Manseng, Loureiro, Malvasia, Marsanne, Moscatel, Moscatel, Picpoul Blanc, Pinot Blanc, Pinot Grigio, Rousanne, Savagnin, Sémillon, Trebbiano, Tocai Friulano, Torrontés, Verdejo, Verdicchio, Vermentino, Vernaccia, Viognier e etc. Todas são protagonistas de vinhos notáveis.
Recomendo servir brancos leves de 7°C a 10°C, já os encorpados de 10°C a 15°C. O ideal é refrescá-los na geladeira por 20 minutos e depois conservá-los num balde de gelo. Lembre-se, o balde deve conter gelo suficiente completado com água.
Viva o verão com os melhores brancos. Arrisque e surpreenda-se! Até a próxima taça!
momentodivino@atribuna.com.br