Santé!
Muitas vezes, nos restaurantes, ao escolhermos o nosso vinho, somos surpreendidos com um vinho em temperatura ambiente, fora da adega, inviável para o consumo imediato. Acontece! Ainda mais na nossa região, expressão máxima do verão brasileiro tão rigoroso de norte a sul.
E sempre que isso ocorre devemos pedir ao garçom o famoso balde de gelo para resfriar o nosso vinho que está com a temperatura alta demais. O bom sommelier dispensa ao vinho toda a atenção necessária, e, portanto, providenciará o óbvio antes mesmo que cogitemos, claro!
Por outro lado, lamentavelmente, nem todos os lugares que servem vinhos têm em seu staff uma sommelière ou um sommelier para realizar o adequado serviço.
O ponto é que, saber preparar um balde de gelo no nosso calor dos trópicos é um diferencial para o serviço do vinho. Os estabelecimentos que se propõem a ensinar a sua equipe saem na frente.
Mas afinal, como preparar um bom balde de gelo?
Os acessórios para um bom e eficiente mise en place se fazem necessários. O que quero dizer é que para se preparar um balde de gelo torna-se imprescindível, nada mais nada menos do que: um bom balde!
Sim! O balde deve ser grande e alto, com uns 20 cm de altura e de 20 a 25 cm de diâmetro para poder envolver, minimamente, dois terços da garrafa, ainda que muitos apreciadores, como eu, prefiram mesmo baldes mais altos. Além de muito gelo, que envolva três quartos do balde, deve-se necessariamente preencher o balde com água, cobrindo todo o gelo. Alguns acrescentam ainda uma colher de sopa de sal, o que eu rejeito. É certo que o sal acelera o resfriamento, ocorre que ninguém em sã consciência vai querer arriscar-se a tomar um delicioso vinho branco, por exemplo, com uma pitada de sal! Pode escorrer e ocorrer, aliás, com qualquer bebida, com as cervejas também.
Esse processo resfria o vinho em aproximadamente 10 minutos, é vapt vupt, e serve para os vinhos espumantes e tranquilos brancos, rosés e até mesmo para os tintos leves que estejam armazenados em temperatura ambiente. Também podem passar por um rápido resfriamento no balde os rótulos que, ao serem retirados da adega, aumentem sensivelmente seu grau de calor devido ao ambiente, o que nesse verão escaldante se revela ser o caso da maioria das cidades brasileiras.
No serviço do vinho a temperatura correta da garrafa exalta suas qualidades enquanto que o contrário o desconfigura. Quanto mais quente o vinho, mais se realçam açúcar e álcool, e quanto mais frio, mais se realçam a acidez e o tanino. Assim, especificamente, o ideal é servir os vinhos Espumantes de 6°C a 12ºC; Brancos leves de 6ºC a 10ºC; Brancos encorpados de 10ºC a 14ºC; Rosés de 7ºC a 10ºC; Tintos leves e Fortificados de 10ºC a 14ºC; Tintos encorpados de 14ºC a 20ºC; Brancos Doces de 6ºC a 11ºC.
Após servir as primeiras taças com o vinho já resfriado, recomendo que os espumantes, brancos e rosés permaneçam de 15 a 20 minutinhos a mais no balde, até atingir a temperatura de 6ºC. Já os tintos leves devem ficar mais uns 5 minutos, apenas. Tudo porque temperaturas inadequadas podem comprometer o seu momento divino que é degustar um bom vinho!
É verão! Curta os vinhos bem refrescantes na temperatura perfeita, mas sem chutar o balde!
Aproveite as dicas e até a próxima taça!
momentodivino@atribuna.com.br
AGENDA
25/02 Comissão Vitivinícola da Região do Tejo promove Grande Prova Anual dos Vinhos do Tejo - local: Consulado Geral de Portugal/SP info no site - www.caravanadosvinhosdotejo.com.br