A mídia hoje em dia tem dado enfoque ao vinho como um possível beneficiador da saúde humana. Fala-se que atua como antioxidante, anti-inflamatório, antimicrobiano, anticarcinogênico, vasodilatador. Ainda, fala-se em paradoxo francês, dieta do vinho, e suas benesses em favor do colesterol e da prevenção ao câncer.
Tantos os benefícios anunciados, mas, será o vinho realmente eficaz contra tantas mazelas?
Uma taça de história
O vinho é uma bebida que faz parte da história da humanidade e nela deixou marcas em cada época, cito algumas:
450 a.C. - O médico grego Hipócrates utilizava o vinho como antisséptico, sedativo, diurético e o prescrevia para o dia a dia também;
Século 2, d.C - Galeno, célebre médico na Roma antiga, também o receitava a seus pacientes, utilizando-o principalmente para cuidar dos gladiadores feridos;
Século 13, d.C - Arnoldo de Villanova, médico e filósofo catalão já advertia que para viver uma vida saudável o ideal seria a ingestão de vinho durante as refeições, não sendo recomendado nos intervalos;
Egito antigo - o vinho foi prescrito como orexígeno, estimulante para abrir o apetite, e ainda para tratar bronquite, verminoses e outros males.
Ratificando a teoria anterior Paracelso, médico suíço, pai da terapêutica moderna, no século 16, afirmava: "o vinho é um alimento, um remédio e um veneno, é apenas uma questão de dose".
Foi assim que, paralelamente à utilização do vinho para certos males, o famoso cientista francês Louis Pasteur, em 1865, descobriu que "o vinho é a mais saudável e a mais higiênica das bebidas", revolucionando a sua compreensão científica e o definindo como uma bebida sã. Tanto o é, que foi até mesmo adicionado à água, para sua esterilização, durante epidemia de cólera em Hamburgo, em 1892.
Podemos notar que a relação vinho e saúde já ocorre há muitos séculos!
Uma taça de técnica
Dentre as bebidas alcoólicas, é o vinho a que mais pode beneficiar o homem por causa de seus polifenóis, que são componentes antioxidantes, produzidos em abundância pela videira (parreira), tendo sua concentração nas cascas e sementes da uva, contribuindo com a evolução de sabor, cor e aroma dos vinhos.
Os polifenóis das uvas mais estudados são o resveratrol, os flavonóides, os taninos e as catecinas ou procianidinas, entre os mais de mil encontrados. A concentração de polifenóis nos vinhos tintos é 5 a 10 vezes maior que nos vinhos brancos. Isso porque as uvas tintas têm maior riqueza polifenólica e sua extração na vinificação é muito maior (na vinificação de vinhos tintos há maceração das uvas inteiras, já nos brancos o tempo de maceração com as cascas é muito pequeno, mínimo, ou inexistente).
E há muita pesquisa nesse sentido, que falaremos semana que vem.
Até a próxima taça!
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